Final - Superliga Feminina

Foram 170 jogos (sem contar a disputa de 3º lugar e a final) e a esperança de uma final diferente. 5 meses de campeonato e pela 6ª vez consecutiva Unilever e Sollys/Osasco disputam a grande final. Mas por muito pouco não tivemos um representante diferente nessa final.
Sollys e Pinheiros deram início aos confrontos de semifinal. Num jogo polêmico. Em todos os sets o Pinheiros começava melhor, jogando solto, seguro. Mas antes mesmo da metade dos sets, o Osasco voltava a dominar o jogo. Foi assim nos 2 primeiros sets. No 3º o Pinheiros foi regular do início ao fim e venceu com tranquilidade. E veio o 4º set. O placar apontava 18 a 12 pro Pinheiros. Foi um dia de muita chuva na cidade de São Paulo. Eis que as luzes do ginásio se apagam e a partida teve que ser interrompida por mais de 10 minutos. Proposital? A grande maioria diz que sim. Eu, sinceramente não sei. Fato é que depois que a luz voltou o Sollys incrivelmente reagiu e levou o set por 25 a 23 vencendo por 3 x 1. E venceu muito mais pela incompetência do Pinheiros do que por uma possível marmelada em apagar as luzes. Só naquela reta final do set o Pinheiros errou 3 saques seguidos. Imperdoável. No 2º jogo da série o Pinheiros bem que tentou, mas novamente foi derrotado por 3 x 1. O time do Sollys foi bem superior nesse jogo, como era de se esperar pelo elenco que tem, e chegou a sua 9ª final seguida na Superliga.
Na outra semifinal aconteceu bem o que falei. O Sanca, vivendo um melhor momento, tinha tudo pra sair na frente jogando em casa. E foi o que aconteceu. Beirando a perfeição, o Sanca quebrou o tabu e venceu o Unilever por 3 x 0 numa atuação digna de campeão. Novamente eu disse "Vencendo a 1ª partida não acredito que o São Caetano consiga vencer o Unilever 2 vezes seguida.". Confesso que até o 22 a 17 no 1º set a favor do Sanca eu nem estava pensando mais nisso. Estava muito confiante de que o Sanca venceria não só o set como a partida. Mas eis que uma Regiane vai pro saque e o set termina em 25 a 22 pro Unilever. Incríveis 8 x 0. Mulher já costuma ter um psicológico mais fraco. Não preciso dizer quem venceu os 2 sets seguintes. Pelo menos o tombo da Joycinha no final do 3º set valeu a pena. O 3º jogo não pude assistir, mas foi uma verdadeira batalha, com direito a banana da Mari pra torcida, e terminou com a vitória no tie-break do Unilever, que se classificou para a final pela 6ª vez consecutiva.
A grande final, no domingo às 10h com transmissão da Globo, terá como palco o ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Um campo neutro, ao contrário do Maracanãzinho onde o Unilever costuma treinar. Mesmo palco da final do Salonpas Cup de 2009 e com os mesmos personagens. Na ocasião, vitória do Osasco por 3 x 2. Estive presente e estarei no domingo. Quem sabe não trago sorte pro Sollys/Osasco!

Unilever (1º) x Sollys/Osasco (2º)

Quem for assistir o jogo pela Sportv, prepare seus ouvidos para frases como "O maior clássico mundial", "Fabiana, a melhor meio de rede do mundo; Fabi, a melhor líbero do mundo" e "Jaqueline, Sassá e Camila Brait formam a melhor linha de passe do Brasil". Frases do comentarista Marco Freitas. De todas essas e mais outras, só consigo concordar com a última. Realmente a linha de passe do Osasco é a melhor do Brasil. Estatisticamente falando, o Osasco tem a melhor recepção com um aproveitamento de 46,45%, enquanto o Unilever tem a pior dentre os 8 classificados para os playoffs, com 26,95%.
O que esperar do maior clássico das Américas? Muita tensão, muita rivalidade e muito equilíbrio. O Unilever, por mais que tenha um time inferior ao Sollys, é um time acostumado às decisões de Superliga sob o comando do técnico Bernardinho. Não é a toa que venceu as 4 últimas edições. Na edição passada o Osasco tinha uma equipe superior, mas perdeu. Não sei se algumas jogadoras do Osasco tem essa assombração, mas o Luizomar certamente tem. Como pode um técnico ser quadri-vice e ainda estar no comando? Se conseguir o milagre de perder domingo, espero que haja uma pressão até da Nestlé para trocarem o técnico.
Desde que o sistema de final única foi implantado, na edição 2007/2008, só deu Unilever. Mais do que a perfeição tática e técnica numa final, o psicológio é fator determinante. É um jogo só. Seu time pode ser melhor, mas se não estiver num momento bom perde. E é esse histórico do Osasco que pode atrapalhar os planos do tetracampeonato. Se jogar com cabeça o Osasco vence o jogo, mesmo que o Unilever jogue no seu máximo. Jaqueline é o nome do Osasco nessas finais e como ela mesma falou, voltou para o Brasil para ser campeã. Sendo ou não, pra mim foi a melhor jogadora dessa Superliga.
O segredo pra vitória do Osasco está no saque. Sacando na Érika ou na Regiane, as chances do passe quebrar são enormes. E com Adenízia e Thaíssa chegando inteiras no bloqueio, o sistema defensivo pode trabalhar corretamente. Com o passe na mão, Carol pode abusar com as jogadas de velocidade. Pode entrar Amanda, Michelle, Monique e até a Mara Leão (rs), mas dessa vez o Osasco leva e volta a gritar "é campeão".
No turno vitória do Osasco por 3 x 2 e no returno outra vitória das paulistas por 3 x 1. Já vimos esse filme, de o Osasco dominar a temporada, ganhar todas do Unilever, mas na final que mais importa, sucumbir. O Sanca quebrou o tabu de nunca ter vencido 1 set e 1 jogo nas 2 últimas edições da Superliga com o trio olímpico. Pois bem, agora chegou a hora do Sollys/Osasco quebrar o tabu de nunca ter vencido uma Superliga disputada em final única.

Resultado do playoff: Sollys/Osasco Campeão

Não posso deixar passar em branco a disputa de 3º lugar que ocorre amanhã, às 13h15, com transmissão da BAND.

Pinheiros/Mackenzie (3º) x Blausiegel/São Caetano (4º)

Pinheiros e São Caetano tiveram grandes momentos nessa Superliga. O Pinheiros terminou o 1º turno somente com 1 derrota e foi o responsável por quebrar a invencibilidade do Unilever na penúltima rodada. O São Caetano desencantou no 2º turno, vencendo Osasco e Pinheiros e por muito pouco não se classificou para a final. Os dois times foram guerreiros e pra mim ambos mereciam terminar em 3º. Ainda mais que finalmente essa disputa terá alguma importância, afinal o vencedor vai participar do Campeonato Sul-Americano de Clubes em que o campeão ganhará uma vaga para o Mundial de Clubes que será jogado no fim do ano.
No 1º turno o Pinheiros, jogando em casa, venceu por 3 x 2. No 2º, vitória do São Caetano por 3 x 1. Acredito numa partida equilibrada, desde que as equipes entrem dispostas a vencer. Se alguma ainda estiver com a cabeça voltada nas semifinais, certamente irá perder. Sou mais Sanca, e não é agora que vou deixar de torcer.

Resultado do playoff: Blausiegel/São Caetano 3º colocado